
Choke é uma adaptação de um livro de Chuck Palahniuk, a mente insana por trás de Clube da Luta, escrito e dirigido pelo cara que faz o ex-marido da Elaine na série Old Christine.
Eu tava rezando pra cara de besta de Clark Gregg ser só aparência, mas pelo visto o cara não tem colhões. O texto de Choke é ótimo, tem um humor negro inconsequente e daria um puta filme divertido... nas mãos do diretor certo.
É a história de um cara viciado em sexo, que trabalha em um museu/parque temático reencenando uma cidade colonial do século dezoito, e precisa sustentar sua mãe que mora em um hospital mental. Para isso, ele engasga em restaurantes chiques para ser salvo e sustentado por seus salvadores.
Sam Rockwell, que interpreta desajustados como ninguém, captou bem o personagem e é uma das coisas que valem a pena no filme. Mas de resto, Choke é apenas burocrático. Os flashbacks irritam, as transições pros flashbacks irritam ainda mais, a música atrapalha e ele não corta quando devia e não mostra o que devia por falta de coragem, ou por medo da censura americana, o que é bobagem, já que esse filme é rated R desde o roteiro.
A adaptação de Clark também não é das melhores. O roteiro se beneficia das situações inusitadas do livro, então acaba se tornando uma comédia com ótimas piadas, mas perde-se muitas sutilezas do texto, transpondo-o para a tela. Ponto pro roteiro quando mantém a voz over escrita por Palahniuk, que funciona e não incomoda, ao contrário de outros filmes.
Choke vale pra dar algumas risadas, vale por Sam Rockwell e Angelica Huston, e vale pros seguidores do "pra que ler o livro se fizeram o filme".
Mas Clark Gregg definitivamente não é David Fincher.
2 comentários:
Como eu sou da turma que não leu o livro, vou ver e achar que o livro também não deve ser lido. Acontece.
depois me fala o que achou...
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