Pablo Trapero é um diretor argentino que com apenas cinco longas na carreira já é considerado um dos expoentes da nova geração de diretores argentinos, ao lado de Lucrecia Martel. Neste ano a Mostra está homenageando seu trabalho e passando todos os seus filmes, então se não viram nenhum dos seguintes: Mundo Grua, El Bonaerense (no Brasil, bregamente intitulado de Do Outro Lado da Lei), Família Rodante e Nascido e Criado, corram ao cinema!!! Principalmente se tratando de Mundo Grua, que apesar de ser um dos melhores, não há DVD no Brasil.
Em seu novo filme, Leonera, Trapero retrata a vida do pavilhão de mulheres grávidas que, de acordo com a lei, podem ficar com seus filhos na cadeia até que estes cumpram 4 anos. Assim, a história gira em torno de Julia (interpretada pela mulher de Trapero, Martina Gusman), acusada de matar a facadas seu namorado. Ela é presa e se descobre grávida. O filme trata de algo muito polêmico já que essa determinação, por um lado, defende os direitos da criança, deixando-os com a mãe nos primeiros anos de vida; por outro, rompe estes mesmos direitos por deixá-los encarcerados.
Não contarei mais, pois estragarei. Mas, no entanto, posso adiantar o seguinte: o desenvolvimento da história foi o que mais me agradou. As coisas não parecem forçadas por cortes e segundos de black... elas apenas acontecem e quando você vê já foi, aconteceu, como se não houvesse mais nenhuma possibilidade além daquela e o espectador aceita com naturalidade os fatos. Além disso, eu tenho um certo gosto por coisas não muito bem explicadas no meio da história, e Trapero se utiliza disso nos momentos certos.
Bom, vale também pelos planos sequências da cadeia, a atuação de Martina e a ótima maquiagem de grávida! Se for assistir pelo Rodrigo Santoro, logo aviso: apesar da importância do papel, ele aparece pouco.
Ah! Informação útil: Leonera, na Argentina, se refere às celas de transição que as prisioneiras tem que ficar quando, por exemplo, vão a julgamento. O nome também se refere à expressão muito usada na Argentina de Mamá Leona, como essa mãe forte e superprotetora.
Conclusão: Imperdível!
2 comentários:
boa, já tá na minha pequena programação da mostra.
O trailer é muito bom, já dá vontade de ver.
Já perceberam que o Rodrigo Santoro aparece pouco em TODOS os filmes? O cara simplesmente não sobrevive a uma boa montagem. Quando é que vão desmascará-lo de vez? :-)
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