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    sexta-feira, 12 de setembro de 2008

    Como aproveitar melhor os shows de fim de ano do Brasil

    Com tanta notícia de show rolando, tanta correria, histeria, confusão, é melhor parar uma hora e analisar: como melhor gastar meu dinheirinho suado e ver shows bacanas sem ir à falência?

    Mas vamos analisar tudo desde o começo:

    Questão 1: por que estão rolando tantos shows?

    Já faz uns 2 anos que entre setembro e dezembro acontece no Brasil o que eu chamo de "festivais de verão" no Brasil. Ok, não é verão ainda, e o que rolam não são exatamente festivais, mas é o que temos.

    É o seguinte: entre maio e agosto, todas os artistas fodas do mundo estão faturando sua grana em turnês pelo hemisfério norte. É a época dos festivais de verão, quando o sol aparece e as pessoas, felizes da vida, estão de férias e podem sair pra curtir shows à vontade.
    É quando ocorre os grandes festivais como o Coachella, o Reading, Glastonburry, Roskilde, et cetera. São festivais às centenas e shows aos centenas, em tudo quanto é buraco da Europa e dos Estados Unidos. Só fui uma vez na minha vida, e não tem coisa melhor.

    Quando chega setembro a festa termina: o outono chega, o tempo esfria, as férias acabam, as pessoas voltam a estudar e trabalhar e os shows miam. Pois nessa época do ano os produtores de show brasileiros descobriram que as agendas de todas as bandas estão mais do que vagas.

    O dólar barato, que diminui os custos de "importação", veio bem a calhar. Boa parte das bandas bacanas do mundo acaba podendo passar por aqui (menos o Radiohead, claro). Junte-se isso à guerra da telefonia no Brasil (operadoras e fabricantes de aparelhos) e a guerra das bebidas e então temos TIM Festival, Nokia Trends, Motomix, Claro que é Rock, Eletronika Telemig Celular, Skol Beats, Orloff Music e outros tantos pondo sua grana pra aparecer pra juventude.

    Corte.

    Questão 2: por que os shows custam tão caro?

    Artista não ganha mais dinheiro com disco. Nunca ganhou, mas agora ganha menos ainda. Agora o negócio é show. Enquanto a indústria do disco cai, a indústria do shows anda de vento em popa. É ali que o artista ganha tua grana e pronto. Aquela grana que antes ia pra comprar os seus discos agora eles querem que você gaste em um show de 2 horas.
    Shows agora custam 150, 200, 300 reais e todo mundo acha normal e vai. Afinal, há quanto tempo você não vai numa loja de discos e gasta 50 pratas em 2 CDzinhos?

    Acontece que eu não sou rico ainda, e se quisesse ir em todos os shows internacionais bacanas que forem rolar em São Paulo até o fim do ano, eu gastaria uns 2 mil reais só de ingresso. Não rola.

    Por isso é muito fazer então uma análise de custo-benefício de cada tipo de show. Dividi os shows em 3 tipos.

    1 - Shows de uma banda só: REM, Nine Inch Nails, Madonna. Vão tocar sozinhos. Você gasta 150 pratas e vê uma banda só! É claro que são OS mega artistas, mas se prepare praquele vazio existencial. Megashow passa com uma rapidez impressionante, é sempre uma confusão pra chegar, tem gente demais, você fica lá longe, não encontra os amigos, não consegue beber, o som nunca é perfeito e no final sempre rola a triste sensação de que você devia ter comprado o DVD da turnê e chamado os amigos pra tomar um porre numa festa no apê. Tive essa sensação quando vi os Chemical Brothers no Pacaembu e quando vi o Placebo no Credicard Hall. Se você não IDOLATRA o artista em questão, não vá. Eu só tô pensando em encarar o R.E.M. em homenagem aos anos e anos que eu ouço a banda.


    2 - Festivais -
    Nessa leva temos 2 festivais principais, o TIM Festival e o Terra. Você paga uma grana alta, mas pelo menos vê 2 ou 3 shows interessantes. O TIM é espertinho e divide tudo em vários eventos, cobra vários ingressos e o tal custo benefício vai pro saco. Já o festival do Terra é melhor: rola tudo em um dia e tem a curadoria bem melhor (Jesus & Mary Chain é o hors concours do ano).
    Mas ainda assim a gente toma uma sacola financeira: pelo mesmo preço que eles cobram aqui, lá na gringa você compra ingressos pra 3 dias de festival com 80, 100, 200 bandas fodas. Sim, ir em festival no Brasil é tomar cano na certa, mas é o que temos.

    3 - Mini shows independentes no Sesc e no Studio SP: é a solução para pobres como eu. Tá certo que não são os artistas mais empolgantes do mundo, mas uma baladinha bacana com um bom artista subestimado vale muito a pena, além de sair por um preço muito mais decente. Por exemplo: ontem mesmo, no Sesc Pompéia, vi o Money Mark, não menos que tecladista dos Beastie Boys, num show super gostoso na choperia. Casa cheia, mas totalmente transitável, "gente jovem e bonita". Quanto? Justíssimos 20 reais. E esses dias ainda vai ter por aí Medeski, Martin & Wood, Club 8, Peter Bjorn & John... É só ficar esperto.


    Bem, chega por hoje, tenho que trabalhar pra conseguir dinheiro pra bancar os ingressos.

    3 comentários:

    Cathwillows disse...

    Vê se me liga e me chama para ir nos show com vc! Os baratos, claro!
    Eu fui no Hives ( Orloff), vc foi tb??????
    Saudades dos papais!!!!!!!!!!

    esCAROLa disse...

    Cara de pau biju!!! Dizer que pagou pra ver Money Mark - foi nossa primeira cortesia no SESC. :-P

    tatata disse...

    Isso tudo já fica caro pra quem mora em SP E para os pobres mortais mineiros? Acrescenta aí passagens no mínimo! Porque, graças, eu tenho hospedagem :)